Mesmo com bons produtos e equipamentos, a floculação pode falhar. Flocos fracos, turbidez persistente e excesso de lodo são sintomas clássicos de desajuste. Este artigo apresenta os principais problemas operacionais, suas causas prováveis e como diagnosticar de forma técnica.
Sinais comuns de falha
- Flocos pequenos ou quebradiços
Causa provável: subdosagem de floculante, agitação excessiva ou má hidratação.
Correção: ajustar dosagem, reduzir a agitação lenta ou revisar preparo do polímero. - Flocos pegajosos e instáveis
Causa provável: superdosagem de floculante ou peso molecular inadequado.
Correção: reduzir a dosagem e testar outro polímero. - Turbidez elevada no sobrenadante
Causa provável: coagulante insuficiente, pH fora da faixa ou má interação com o floculante
Correção: revisar a dosagem de coagulante e compatibilidade química - Lodo leve, com excesso de água ou espuma
Causa provável: floculante incompatível, mal hidratado ou excesso de ar na mistura
Correção: trocar o tipo de polímero e revisar o sistema de preparo
Diagnóstico técnico
1. Avalie o pH do sistema
Cada coagulante tem faixa ótima. PAC, por exemplo, opera melhor entre 6 e 7,5. pH fora da faixa compromete a coagulação.
2. Analise a combinação coagulante/floculante
A troca de um exige revalidação do outro. A química do sistema muda completamente.
3. Verifique o sistema de mistura
Mistura rápida: 30 a 60 segundos • (150–200 RPM)
Mistura lenta: até 15 minutos (30–40 RPM)
Agitação incorreta quebra os flocos ou impede sua formação.
Agitação incorreta quebra os flocos ou impede sua formação.
4. Avalie a hidratação do polímero
Esse é um ponto crítico. Erros comuns incluem:
• Concentração muito alta (ideal: 0,05–0,1%)
• Tempo de maturação insuficiente (<30 min)
• Mistura agressiva ou uso de ar comprimido
Atenção:
Não se deve usar ar comprimido para hidratar polímero. Isso destrói a cadeia polimérica, gera espuma e compromete a ação do produto. O ideal é usar um sistema com agitação mecânica controlada e reservatório de maturação.
Checklist rápido para o operador
- Houve troca recente de produto?
- A temperatura ou carga do efluente mudou?
- O pH está na faixa ideal?
- O sistema de preparo do polímero é adequado?
- Está sendo usado ar comprimido no preparo?
Conclusão
A maioria das falhas em floculação está ligada à operação: dosagem, preparo, agitação e ajuste
químico. Um diagnóstico estruturado reduz desperdício e evita retrabalho. A interação entre
coagulante e floculante deve sempre ser reavaliada em conjunto.