Conexão Química

Custo-Benefício no Tratamento: Produto, Lodo e Operações Variáveis

O custo real do tratamento por coagulação e floculação não está no preço por quilo do produto químico, mas sim no impacto global da operação: quanto se consome, quanto se gera de lodo e quanto custa manter o processo estável em diferentes condições. Este artigo apresenta como fazer essa avaliação de forma objetiva e estratégica.

A equação do custo total por metro cúbico tratado

Como calcular o consumo de coagulante e floculante

As dosagens são normalmente obtidas via jar-test, e expressas em mg/L ou ppm (partes por milhão). Para converter isso em consumo por m³:

Fórmulas:

  • Consumo (kg/m³) = Dosagem • (mg/L) ÷ 1000
  • Consumo diário (kg/dia) = Dosagem (mg/L) x Vazão (m³/dia) ÷ 1000

Exemplo:

  • Dosagem de PAC: 120 mg/L
  • Vazão: 800 m³/dia

Consumo = 120 ÷ 1000 = 0,12 kg/m³
Consumo diário = 0,12 x 800 = 96 kg/dia
Repita o mesmo cálculo para o floculante.

Como estimar ou medir a geração de lodo
1. Estimativa teórica

Com base em testes de campo e literatura técnica, é possível estimar a geração de lodo seco (kg/m³) conforme o coagulante utilizado:

Coagulante Geração estimada de lodo seco (kg/m³)
Sulfato de Alumínio 0,30 a 0,45
Cloreto Férrico 0,35 a 0,50
PAC (Polialumínio) 0,25 a 0,40
Tanino Natural 0,10 a 0,20

A geração de lodo com tanino tende a ser menor e o lodo resultante possui menor teor de metais, o que pode facilitar e baratear a destinação — especialmente em plantas com foco ambiental ou agrícola.

Use esses valores como base de cálculo, ajustando conforme histórico da planta ou validação via testes práticos.

2. Medição prática (laboratorial ou em campo)

  • Coletar o lodo formado após sedimentação
  • Desidratar (pode ser por filtração ou estufa a 105 °C)
  • Pesar o resíduo seco
  • Dividir pelo volume original tratado

Fórmula:
Geração de lodo seco (kg/m³) = Massa seca (g) ÷ Volume da amostra (L)

Variações de carga e impacto no custo

Operações com carga variável exigem atenção redobrada:

  • Indústrias com trocas de produção → mudanças químicas frequentes no efluente
  • Concessionárias de água/esgoto→ variações por hora e estação

Essas variações afetam:

  • A performance dos produtos
  • A estabilidade da floculação
  • A geração e a qualidade do lodo

Avaliação correta do custo-benefício

Item Como avaliar
Preço do produto Sempre em função do consumo (R$/m³)
Geração de lodo Volume seco x custo de destinação
Qualidade do lodo Teor de sólidos, facilidade de transporte
Estabilidade do processo Frequência de ajustes ou retrabalhos

Conclusão

A decisão técnica mais econômica é aquela baseada em R$/m³ tratado, considerando consumo, geração de lodo e adaptação às condições da planta. Produtos com
maior desempenho químico e menor geração de resíduo, mesmo com custo unitário superior, frequentemente são mais vantajosos no cenário completo.

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